- Um novo estudo demonstra que a proliferação de algas tóxicas, especificamente cianobactérias em água doce, está envenenando os tubarões-touro da lagoa Indian River e colocando em risco a saúde pública e das pessoas.
- A proliferação de algas nocivas também causou uma perda generalizada de pastagens marinhas e uma mortalidade sem precedentes de animais como os peixes-boi na área, afetando gravemente o ecossistema local.
- Além das repercussões ambientais, a proliferação de algas tóxicas gera problemas de odor e cor na água, além de consequências econômicas para os sistemas que dependem do turismo e da pesca.
A proliferação de algas tóxicas é uma preocupação crescente em muitas partes do mundo, e a lagoa Indian River, na Flórida, não é exceção. Um estudo recente do Instituto Oceanográfico Harbor Branch da Universidade Atlântica da Flórida revelou novos dados sobre a extensão do problema nesta área, revelando que as proliferações de algas nocivas (HABs, na sigla em inglês) estão envenenando os tubarões-touro da lagoa e representam um risco para a saúde pública e a segurança das pessoas e seus animais de estimação.
O estudo sobre os tubarões-touro na lagoa Indian River
É a primeira vez que as toxinas produzidas pela proliferação de algas nocivas e fitoplâncton tóxico são medidas em tubarões-touro. Os pesquisadores mediram as concentrações de ficotoxinas, um tipo de toxina produzida por certos organismos e bactérias, em amostras coletadas de 50 tubarões-touro imaturos (jovens) capturados na lagoa Indian River, um corpo de água doce, entre 2018 e 2020. Eles utilizaram cromatografia líquida de ultra-alta eficiência/espectrometria de massa em tandem para medir as toxinas no conteúdo intestinal, no plasma (sangue) e no fígado dos tubarões. Os resultados mostraram que a maior concentração de toxinas estava nos estômagos dos tubarões, indicando o impacto generalizado do crescimento dessas espécies e a forma como as toxinas estão se movendo através da cadeia alimentar sob certas condições ambientais.
Impacto das algas tóxicas no ecossistema e na saúde humana
A proliferação de algas nocivas na lagoa Indian River teve consequências devastadoras para o ecossistema local. Em particular, elas causaram uma perda generalizada de pastagens marinhas e uma mortalidade sem precedentes de peixes-boi. Esses gigantes gentis estão morrendo de fome com o desaparecimento de sua principal fonte de alimento.
Consequências econômicas da proliferação de algas
Mas o impacto da proliferação de algas vai muito além. A proliferação também representa uma grave ameaça à saúde humana, pois pode produzir toxinas que causam uma série de problemas de saúde, incluindo irritação da pele, problemas respiratórios e até mesmo distúrbios neurológicos. Além disso, as mudanças climáticas e a poluição contribuem para o aumento da frequência e duração dessas proliferações, afetando a qualidade da água e gerando problemas para os residentes das áreas afetadas. As proliferações de algas tóxicas podem tornar atividades recreativas como natação e pesca inseguras, prejudicando as empresas locais que dependem da indústria do turismo. A própria Indian River Lagoon também é um motor econômico, gerando mais de US$ 7,6 bilhões por ano para o estado da Flórida.
Causas da proliferação de algas tóxicas
A situação da lagoa evidenciam a necessidade urgente de agir para resolver o problema da proliferação de algas tóxicas. Essas proliferações são geralmente causadas pelo excesso de nutrientes que entram na água, que podem vir de várias fontes, como águas residuais, escoamento agrícola e desenvolvimento urbano. Para combater eficazmente o problema, é essencial identificar e abordar essas fontes de excesso de nutrientes, bem como implementar medidas para evitar que elas entrem na água em primeiro lugar.
Soluções sustentáveis contra as algas tóxicas
A situação da lagoa do rio Índico nos lembra de forma crua a importância de proteger nossos cursos d’água e as criaturas que os habitam. Se tomarmos medidas para lidar com o problema da proliferação de algas tóxicas e optarmos por uma solução respeitosa com o meio ambiente, como o ultrassom, não só podemos salvaguardar a saúde da vida marinha, mas também proteger nossa própria saúde e a das gerações futuras.