Impacto econômico das florações de algas

Em resumo

  • A floração de algas e cianobactérias é motivo de considerável preocupação para as agências ambientais, empresas de água potável, municípios e pessoas.
  • Estima-se que a floração de algas tenha um impacto econômico negativo em várias indústrias.
  • As indústrias impactadas incluem pesca, o turismo e as empresas de abastecimento de água potável.

A incidência de Florações de Algas Nocivas (FAN), juntamente com seus efeitos adversos, tem aumentado nos últimos anos como resultado das mudanças climáticas, aumento do escoamento de fertilizantes em fontes de água e um ritmo acelerado de urbanização. No entanto, quais são as consequências econômicas de uma floração descontrolada de algas? Existe uma maneira de resolver, prevenir ou controlar este fenômeno? Quais são as implicações de não fazer nada a respeito?

 Atividades econômicas influenciadas pela floração de algas

Estima-se que a floração de algas tenha um impacto econômico negativo em várias indústrias. O impacto econômico não se limita às algas tóxicas, mas também inclui as algas nocivas, aquelas que não liberam toxinas, mas sua proliferação também provoca problemas operacionais e a deterioração da qualidade da água. Esta análise considera basicamente qualquer acumulação de algas que possa causar problemas operacionais, deterioração da atratividade da terra e, especialmente, um efeito negativo na qualidade da água.

As atividades econômicas com impactos econômicos consideráveis devido à floração de algas incluem:

Aumento dos custos de tratamento da água: Isto inclui o custo direto de suplementos ou equipamentos para combater uma floração de algas, e também as medidas de retribuição que podem se aplicar a uma população afetada, caso os efeitos não possam ser evitados. Por exemplo, a Laguna del Sauce, no Uruguai, um importante lago que fornece água para a área turística de Maldonado, experimentou uma floração de cianobactérias que deteriorou consideravelmente a qualidade da água do lago. Isso forçou a empresa de água a isentar os usuários de pagamento, representando uma perda direta de US$ 4 milhões.

Na indústria do turismo. O caso de Sargasso, na República Dominicana, ilustra o problema. Uma área de atração turística foi afetada causando o fechamento de praias, um número reduzido de visitantes e, consequentemente, pessoas que subsistiam de atividades turísticas sofreram diretamente perdas de renda. A situação é agravada quando os efeitos negativos persistem mesmo depois de ter restaurado a qualidade da água. Os visitantes tendem a evitar áreas onde ocorreram florações de algas por precaução, piorando ainda mais o impacto econômico.

Na indústria pesqueira; As piscisculturas sofreram perdas de até US$ 24 milhões após mortes de peixes em grande escala como consequência de um surto de crescimento de algas tóxicas. Tal como na situação do turismo, o impacto económico vai além da perda de stock de peixe para os pescadores, porque os consumidores de peixe formam uma perceção desfavorável que só aprofunda as perdas financeiras ao longo do tempo. Um estudo realizado em 2011 estimou em US$ 900 milhões as perdas econômicas para a indústria pesqueira, apenas nos Estados Unidos.

Diminuição do valor da propriedade. Os lagos podem aumentar a atratividade no entorno de empreendimentos urbanos, aumentando assim o valor de uma propriedade entre 25% e 40%. Quando a qualidade da água de tal lago é tão precária que os maus cheiros e toxinas emanam do lago, o valor de uma propriedade tende a cair substancialmente. De acordo com alguns estudos, o impacto negativo no setor imobiliário foi quantificado em uma quantia surpreendente de US$ 2 bilhões de perdas anuais.

 

Além do impacto negativo nestas indústrias específicas, vários estudos estimaram o impacto negativo na economia devido ao absenteísmo, baixa produtividade, doenças e outros problemas relacionados às pessoas, que em situações crônicas podem ter grandes repercussões em toda a comunidade.

Estimativa total

De um modo geral, o impacto econômico é calculado levando-se em conta as perdas líquidas (como na indústria pesqueira), as despesas médicas, a baixa produtividade, os custos de monitoramento e soluções como forma de comparação em relação a um cenário sem FAN. Os exemplos mencionados anteriormente deixam claro que investir na mitigação e controle da floração de algas é uma decisão baseada em razões fundamentadas. Estar ciente das consequências prejudiciais e, no entanto, ignorar o problema não é uma opção.

Inovação e ação

Felizmente, existem mecanismos para lidar com a FAN, dependendo do problema a ser resolvido ou na fase de seu desenvolvimento. Técnicas para regular o fornecimento de fertilizantes na água são uma forma de atacar os efeitos desde o início, mas exigem um planejamento extensivo e fortes compromissos governamentais de impactos de longo alcance.

O ultrassom provou ser um método eficaz para abordar casos específicos de floração de algas em grandes corpos d’água e servindo como uma ferramenta para a detecção precoce de algas que permite um tratamento preventivo em vez de reativo. O uso de tecnologias ultrassônicas tem se expandindo de acordo com a tendência global de substituição de produtos químicos por métodos físicos no tratamento da água para diminuir o impacto ambiental e seguir o caminho da sustentabilidade, um desafio cada vez maior para a humanidade.